Candidato ao Senado pelo partido Novo de Mato Grosso, Waldir Caldas Rodrigues classificou como imoral o fato de servidores públicos se licenciarem dos cargos para fazer campanha eleitoral e continuarem recebendo salário. O posicionamento vai de encontro ao do Procurador Mauro (Psol), também postulante a uma vaga de senador, que declarou achar injusto o funcionário precisar abrir mão do vencimento.
“Além de receber salário, ainda utilizam o fundo partidário. Estão duplamente afetando o erário. Por uma questão de ética, nesse período afastado, que não estarão trabalhando, dando contraprestação para a população, não deveriam receber. Isso é imoral”, disparou Waldir Caldas, em sabatina no LIVRE nesta quinta-feira (13).
Neste sentido, Waldir Caldas também criticou políticos no exercício do mandato que estão há mais de 30 dias, exclusivamente, fazendo campanha eleitoral e recebendo salário. “Fazendo campanha com o dinheiro do povo. Eu, como não faço isso, estou trabalhando regularmente na advocacia, minha atividade profissional”, garantiu.
Na oportunidade, o candidato ressaltou ainda que, se eleito, cumprirá os oito anos de mandato, diferentemente dos últimos três senadores eleitos por Mato Grosso, Blairo Maggi (PR), Pedro Taques (PSDB) e Wellington Fagundes (PR). Maggi se licenciou do cargo para assumir o Ministério da Agricultura e Taques renunciou ao mandato para assumir o Governo do Estado. Wellington ainda atua como senador, mas disputa o Executivo Estadual nas eleições deste ano.
“Nós elegemos três senadores para cumprir os oito anos de mandato. Eu vou cumprir os oito anos e serei senador de um só mandato. Daqui oito anos vou voltar para a advocacia, esfregar meu umbigo no balcão do fórum como, aliás, estou fazendo até hoje”, disse.
Caldas também falou sobre a aliança de outros dois adversários na disputa ao Senado: a ex-reitora da UFMT Maria Lúcia (PCdoB) e Adilton Sachetti (PRB).
“Isso é incoerência. Qual o projeto que eles juntos poderão fazer? Que posicionamento semelhante terão no Senado? Com posicionamentos tão díspares, como poderão articular conjuntamente pelo bem do Estado? Ledo engano pensar que a população não percebe essa incoerência”.
Incoerência também foi a palavra utilizada por ele para se referir aos partidos tradicionais, pelo que classificou como dissociação do que pregam e dizem com o que fizeram e fazem.
Durante a entrevista, Waldir Caldas também falou sobre o partido Novo, bem como abordou temas polêmicos como desarmamento, aborto, casamento homossexual e escola sem partido.
Confira a entrevista na íntegra:
Sabatina LIVRE
Conduzidas pelo diretor do LIVRE, Guilherme Waltenberg, e pelo repórter Victor Cabral, as entrevistas são realizadas com os candidatos ao Governo do Estado e ao Senado por Mato Grosso e transmitidas ao vivo pelo Facebook. Cada live tem duração de 30 minutos.
Confira as entrevistas já realizadas:
Governo do Estado
Arthur Nogueira estreia sabatina dos candidatos no LIVRE
Moisés Franz crítica político que pede mais quatro anos para cumprir o que prometeu
Mauro Mendes sobre Taques: “Está com obsessão com meu nome, deve estar sonhando comigo”
Senado
Em sabatina, Fávaro diz que Taques deixa o governo pior do que recebeu de Silval
Candidato ao Senado, Sachetti defende legalização da maconha em sabatina
Gilberto Lopes compara “barões do agronegócio” a traficantes
Candidato critica alianças partidárias de adversários: “interesses circunstanciais”
Candidato ao Senado, Aladir diz que Silval foi o melhor governador para os servidores
Procurador Mauro diz que não acha justo abrir mão de salários para participar de campanhas
Confira a agenda das próximas sabatinas:
Governo do Estado
Pedro Taques (PSDB) – 20 de setembro, às 15h
Wellington Fagundes (PR) – 25 de setembro, às 15h
Senado
Maria Lúcia (PCdoB) – 18 de setembro, às 15h
Nilson Leitão (PSDB) – 19 de setembro, às 16h
*O candidato Jayme Campos (DEM) ainda não confirmou presença na sabatina do LIVRE