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Vozes femininas e desobediência a “velhos códigos” ecoam em espetáculo no Sesc

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Vozes femininas e desobediência a “velhos códigos” ecoam em espetáculo no Sesc
(Foto: Júlia Muxfeldt)

Em mais uma nova curta temporada, o grupo de teatro e pesquisa In-Próprio Coletivo compartilha com o público seu novo processo criação no Teatro do Sesc Arsenal, espaço onde o projeto surge. Trata-se do espetáculo In-Próprio para Dinossauros, encenado na próxima quinta e sexta-feira (15), às 20 horas, com entrada gratuita, retirada com uma hora de antecedência na unidade.

Na peça, cenas e imagens de corpos e vidas reais que são transportados para o palco, narrando vivências, medos, julgamentos e amenidades cotidianas de experiências femininas. Em comum à memória das mulheres que compartilham suas histórias, quase todas elas, a opressão e a resistência, que, por sua vez, floresce da consciência.

(Foto: Júlia Muxfeldt)

O In-Próprio para Dinossauros surge a partir da escuta da trajetória de vida de mulheres que se colocaram a pensar e enfrentar essas questões, por meio do projeto Narrativas em Cena, do Sesc Arsenal. Para o coletivo, o impulso vital do projeto nasce para produzir uma “ode à desobediência dos códigos jurássicos” – pequenas e grandes violências impostas aos corpos e existências femininas.

“O incômodo transbordou e quis ser ressignificado através da arte. Os dinossauros dos dias atuais seguem a impor caixinhas de classificação, inquestionáveis modos de vida, de comportamento, e a incinerar a autonomia feminina”, afirma o coletivo.

A equipe do espetáculo é formada pelas artistas Daniela Leite, Karina Figueredo, Juliana Segóvia, Karola Nunes, Neriely Dantas e Any Luz. A produção também conta com colaboração artística de Luiz Gustavo Lima, consultoria Maria Elisa Rodrigues, figurino assinado por Einstein Halking, produção de Larissa Sossai e ilustrações de Hugo Alberto.

(Foto: Fred Gustavos)

“A principal relação de afeto que podemos estabelecer com os dinossauros se dá pela via da ficção. Ficcionalizar é dar condições de existência e, nesse caso, de enfrentamento ao que chamamos de realidade. A dimensão e verticalidade dos gigantescos répteis que se encontram nos museus e nas narrativas cinematográficas são como monumentos que afirmam as falotopias do discurso científico. Seus fósseis, compostos do mesmo carbono da nossa corporeidade sugerem metáforas para um tempo-período em que os cenários e as relações estão significados como algo estático, naturalizado, imutável.

A partir da escuta da trajetória de vida de mulheres que se colocaram a pensar essas questões, o in-Próprio Coletivo propõe uma obra que alia a aproximação entre as narrativas autobiográficas e o exercício autoficcional. O impulso vital desse projeto é produzir uma ode à desobediência dos códigos jurássicos que insistem em dizer sobre quem somos e o que desejamos”.

(Foto: Júlia Muxfeldt)

In-Próprio Coletivo

Formado em 2014, o coletivo já nasceu “in-Próprio”: seu projeto primeiro chegou revolvendo o profundo e lânguido tecido da memória na premiada experiência “OraMortem”, que circulou o país pelo Projeto SESC Palco Giratório 2016 e extasiou público e crítica.

Em uma reflexão e intervenção sobre e na cidade, circularam por todo o território da Amazônia Legal, pelo projeto SESC Amazônia das Artes 2017, com a performance “Não Cabe Mais Gente!”.

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