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Vereador denuncia suposta “carta marcada” em licitação de R$ 14 mi para logística de medicamentos

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Vereador denuncia suposta “carta marcada” em licitação de R$ 14 mi para logística de medicamentos

O vereador de Cuiabá Abílio Júnior (PSC) levantou suspeita de “cartas marcadas” no processo licitatório que será realizado na Prefeitura de Cuiabá na manhã dessa sexta-feira (29). Conforme a denúncia, o pregão para futura e eventual contratação dos serviços de logística de materiais da área da saúde, no valor de R$ 14 milhões, já teria a empresa vencedora antes mesmo da abertura dos envelopes.

“Já tem vencedor e os envelopes vão ser abertos amanhã. Estamos prevendo que supostamente a empresa Unihealth Logística Hospitalar seja vencedora e os envelopes nem foram abertos”, disparou o parlamentar da tribuna da Câmara Municipal, na sessão plenária desta quinta-feira (28).

Conforme Diego Guimarães (PP), se a vencedora se confirmar, o caso precisa ser investigado não apenas pelos parlamentares, mas também pelo Ministério Público. “É um processo licitatório de R$ 14 milhões para logística de medicamentos, sendo que nem medicamento está tendo nas unidades de saúde. Eu não estou atacando o prefeito nem ninguém, só estou externando minha preocupação”.

Primeiro a questionar a licitação, Gilberto Figueiredo (PSB), agora que é alvo de investigação de Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) instalada na casa, foi mais comedido e ressaltou a necessidade aguardar a abertura dos envelopes.

“A licitação é amanhã, às 9h do horário de Brasília, vamos aguardar. Não vamos fazer ilação. Logística de medicamentos existe em todo país, agora o que não pode é licitar para distribuir o que não tem”.

A Secretaria Adjunta de Gestão da Saúde de Cuiabá já rebateu acusações de que não há medicamento para distribuir. Por meio de nota, a pasta informou que há cerca de três meses foi realizado o Pregão 006/2018, com ordem de compra de aproximadamente R$ 12 milhões em medicamentos, que serão utilizados para atender as unidades de saúde pelos próximos quatro meses.

Outro lado

A Secretaria Municipal de Saúde informou, por meio de nota, que a licitação para contratação dos serviços de logística de materiais para a saúde, que seria realizada nesta sexta-feira (29), sofreu impugnação de duas empresas, cujos questionamentos já estão sendo respondidos.

Dessa forma, o pregão está suspenso e deve ser remarcado em breve.

Atualizada às 15h13

A empresa Unihealth Logística Hospitalar enviou ao LIVRE, no dia 6 de julho, solicitando direito de resposta.

Confira a nota na íntegra

Ao decorrer dos últimos dias, a UniHealth Logística Hospitalar se viu em meio a uma série de acusações envolvendo seu nome, todas sem fundamento e sem o respeito ao direito constitucional de ampla defesa, para que também pudesse se posicionar acerca de suposto direcionamento envolvendo a licitação para gestão de insumos e medicamentos do município de Cuiabá. Portanto, antes mesmo de qualquer posicionamento a respeito das impugnações apresentadas, a empresa faz questão de se manifestar acerca das conclusões açodadas atingidas pelo Ilmo. Dr. Leonardo Araujo Negrelly resultantes, de premissas equivocadas, que merecem reparo.

Desta forma, preocupada em zelar pelo nome que com grande esforço conquistou no seguimento em que atua, bem como com a manutenção da transparência dos seus procedimentos vê-se a empresa obrigada a prestar os seguintes esclarecimentos:

A UniHealth Logística Hospitalar não detém com exclusividade as tecnologias utilizadas para automação de projetos logísticos. Isto porque, tais tecnologias são inerentes a equipamentos disponibilizados no mercado, sendo possível a qualquer empresa concorrente adquirir máquinas para automatizar suas operações. A empresa Unihealth opta por utilizar, em algumas ocasiões, máquinas em suas operações espalhadas pelo Brasil e pelo mundo para aumentar sua qualidade, segurança e eficiência. Por outro lado, oportuno anotar, de forma a corrigir o equívoco cometido, que não é a única operadora logística a possuir tecnologias dentro de suas atuações, o que faz cair por terra as alegações deduzidas de direcionamento do certame licitatório. Em outras palavras, viu-se a empresa, em razão da matéria anteriormente veiculada nesse meio de comunicação, refém de levantamentos e conclusões precipitadas e equivocadas, envolvendo seu nome, sem qualquer indício concreto e correto capaz de sustentá-las.

Dentro desse contexto, cumpre salientar que em todos os certames licitatórios dos quais participou, e não foram poucos, não se verifica nenhum precedente de direcionamento ou de restrição de competitividade a seu favor. Desta forma, em que pese os lamentáveis equívocos perpetuados, no pedido de impugnação apresentado junto ao Município, em nenhum momento a Unihealth se opõe a retirada de qualquer item do edital considerado impeditivo de competitividade e que possa representar, em alguma medida, agressão ao disposto na lei 8.666/93 que disciplina as licitações e contratações públicas.

Também cabe à empresa, que emprega hoje quase 600 colaboradores, discordar veementemente da afirmação simplista atrelando o uso de tecnologia e automação ao desemprego. A tecnologia e a automação, assim como na medicina, na educação e em tantas outras áreas da vida, não vem para excluir o humano e sim para beneficiá-lo de maneira muito mais abrangente, garantindo, nesse caso, o total abastecimento dos medicamentos, evitando desperdícios e ainda eliminando erros de medicação que podem trazer prejuízos ainda maiores para a vida dos pacientes, além da responsabilidade para os agentes de saúde. Com base na vivência dos colaboradores que trabalham nos projetos da empresa, a UniHealth garante que atuar com essas inovações, além de garantir empregabilidade, contribui para a evolução profissional e pessoal de todos.

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