O tempo dirá se é possível governar o País sem o presidencialismo de coalizão e cooptação que passou a vigorar a partir do Governo Lula. Para esses, não importa se as reformas urgentes sejam ou não implantadas, tirando o País do risco de colapso. A eles importam seus interesses escusos, que mantêm o governo refém do apetite voraz daqueles que fazem da política um lucrativo negócio para partidos e parlamentares.

Bolsonaro inova na montagem do seu governo, mantendo, até aqui, os compromissos que o levaram a ter 58 milhões de votos. Já são 3 ministros do DEM, partido que fez parte da aliança com Alckmin na eleição, e existe, ainda, a possibilidade de Rodrigo Maia ser reconduzido à Presidência da Câmara dos Deputados. É claro que diante de tais fatos, já começam os burburinhos e muxoxos daqueles que acreditavam que seriam contemplados com fatias de poder.

Paulo Guedes e Sérgio Moro desempenham papel preponderante para montar um ministério que tem tudo para fazer a economia voltar aos trilhos e dar um basta à corrupção endêmica que assola o País. Os militares que voltam com força ao governo são nomes cujo preparo e biografia os precedem. Enfim, vale, pelo que nos foi mostrado até agora, um voto de confiança ao Capitão.

Pelos lados de cá, na terra de Rondon, alguns fatos foram destaque durante a semana. Enquanto Pedro Taques, recluso, convive com seus demônios da incompetência e da má gestão, não se pode deixar de falar que o TAC para regularização do esgoto do Paiaguás e Secretarias não foi cumprido. Menos de 30 mil reais para cada órgão não foram gastos e a merda continua escorrendo pelo Parque das Águas, que corre o risco de ser fechado por mais uma das irresponsabilidades deste Governo.

Vale também registrar que, no apagar das luzes deste governo, quem está brigando pela liberação do FEX, como sempre fez, é o Senador Wellington Fagundes. Mesmo lambendo as feridas da fragorosa derrota, luta para garantir junto ao Presidente Temer que os quase R$ 500 milhões a que MT tem direito sejam repassados antes do final do ano. Se esse recurso não vier, Taques verá pesar sobre si mais uma mancha indelével pela inapetência política e omissão no desempenho do cargo.

Mauro Mendes e sua equipe de transição buscam conhecer a verdade dos números do desastre econômico e financeiro do Estado, apesar de Taques, inconformado com a derrota, criar dificuldades para dar transparência aos dados.

Sobre o Governo Mauro Mendes ainda há pouco o que se falar: além da promessa de reduzir de 24 para 15 o número de Secretarias, demissão de 3 mil cargos comissionados, prevendo aí uma economia de R$ 150 milhões/ano para o Estado, não se tem confirmação, à exceção da primeira-dama, Virgínia Mendes para a SETAS – Secretaria de Estado de Trabalho e Assistência Social -, de qualquer outro nome já convidado para o primeiro escalão. Especula-se muito, mas, segundo o eleito, apenas fará o anúncio em meados de dezembro. É aguardar para ver.

A taxação do agronegócio é assunto em todas as rodas de discussão. Defendida por parlamentares que, como Wilson Santos, já a mantinham nos seus pronunciamentos desde a formação da CPI dos incentivos fiscais, cujo término, como muitos previam, foi um deboche ao povo mato-grossense, envolvendo-se na omissão não só parlamentares, mas também Polícias Federal e Civil, Governo do Estado e Ministério Público, que desconheceram o relatório a eles enviado, segundo o Parlamentar.

O clima nunca esteve tão favorável à taxação. Ela virá porque o setor mais forte na economia do estado e que, sim, gera riqueza, também em muito dela se beneficia. Nada mais justo que o peso dos impostos não recaia apenas sobre quem menos deles se beneficia. A nova Assembleia Legislativa tem uma oportunidade de ouro para liderar essa discussão.

Mauro Mendes vai inovar na sua posse em primeiro de janeiro: já definiu que será à noite. Pretende, antes, comparecer à posse do Presidente Bolsonaro, que será à tarde, e retornar para a solenidade. Acredito que após atacar duramente Pedro Taques pelo aluguel de jatinhos, será o momento de mostrar seu compromisso com a austeridade que tanto defendeu, viajando em voo doméstico. Seria um gesto eloquente de novos tempos.

Advogado, analista político e ex-parlamentar estadual e federal

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