O vereador Toninho de Souza (PSD) arrancou risadas dos presentes na Câmara de Vereadores de Cuiabá, durante a sessão desta terça-feira (05), ao chamar o presidente da casa, Justino Malheiros (PV), de Curiango, numa alusão a lenda folclórica cujo personagem, para fugir da esposa, repetia incansavelmente a frase: “amanhã eu vou”.
A comparação se deve à protelação sucessiva de Justino para dar resposta ao requerimento de troca dos membros da CPI do Paletó, que tem por objetivo investigar o suposto recebimento de propina por parte do prefeito Emanuel Pinheiro (MDB). “Não diz nem que sim, nem que não. É igual Curiango”, dizia o vereador quando foi interrompido pelo fim do tempo para seu pronunciamento. Toninho chegou a solicitar mais tempo, mas o presidente negou.
Em 15 de maio, após ser pressionado, Justino prometeu apresentar uma decisão em uma semana, mas até agora não o fez. O requerimento foi protocolado pelos vereadores Diego Guimarães, (PP), Abilio Junior (PSC), Felipe Wellaton (PV) e Dilemário Alencar (PROS), sob argumento de que a decisão da desembargadora Helena Maria Ramos, que manteve a liminar que suspendeu os trabalhos da CPI, também suspende a nomeação dos vereadores Mário Nadaf (PV) e Adevair Cabral (PSDB), relator e membro, respectivamente – ambos aliados de Emanuel Pinheiro.
A cobrança nesta terça-feira começou, inclusive, com Adevair. Na tribuna, o vereador reclamou que “vem apanhando” porque Justino não toma uma decisão.
Para quem não conhece a lenda, o Curiango casou sem saber como era o rosto de sua esposa, não por amor, mas por curiosidade. Anos depois, ainda sem ter conseguido tirar o véu que a mulher usava dia e noite, armou um plano, que deu certo. O rosto, no entanto, aterrorizou Curiango, que começou a correr para fugir da esposa e ela a gritar chamando seu nome. Segundo a lenda, cada vez que ela gritava: “Curiango”, ele respondia: “amanhã eu vou”.
