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Somos nós contra eles

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Somos nós contra eles
(Foto: Divulgação/Pixabay)

Entramos na reta final, enfim! Passaram-se os meses e chegamos onde, pelo início da caminhada, imaginávamos que iríamos. O resultado, ainda a ser conferido, virá para mostrar que o Brasil e Mato Grosso saem diferentes dessa eleição. Muito mais divididos. Os temperos jogados de qualquer jeito no caldeirão não se harmonizaram e, a 10 dias das eleições, o panorama é desolador.

Aqui, neste Mato Grosso, as coisas caminham para ser decididas já no primeiro turno, com vitória de Mauro Mendes, o mesmo Mauro Mendes que cometeu ato insano no final da semana passada, ao entrar de forma tresloucada num bandeiraço promovido por Wellington Fagundes (veja abaixo). Com os ânimos acirrados nesta reta final e com os nervos à flor da pele, não mediu consequências de que sua provocação irresponsável poderia causar uma tragédia. Não seria necessária uma facada, um simples tapa poderia ser o estopim.

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Wellington e Pedro Taques disputam palmo a palmo o segundo lugar, mas não têm crescimento consistente que permita imaginá-los no segundo turno. Esta e a próxima semana mostrarão se serão capazes de impedir Mauro de levar a taça já no dia 7 de outubro.

[featured_paragraph]O estado que será entregue ao vencedor é mais um pesadelo tenebroso do que um sonho. No dia 01 de janeiro de 2019 o déficit estará na casa de 3 bilhões e 800 milhões de reais e mais uma folha a ser paga no dia 10 de janeiro de 670 milhões.[/featured_paragraph]

Mauro conseguiu, além da aliança obscura e de obscuros propósitos que o rodeiam, o apoio de setores significativos: madeireiro, atacadista, indústria e entidades de classe importantes como CREA e OAB, hoje compõem o seu palanque e que foram fundamentais para a eleição de Taques em 2014. Esse, hoje, sozinho, tenta explicar a todo instantes os erros de sua gestão desastrosa, que levou Mato Grosso à bancarrota.

Wellington Fagundes, como tenho afirmado aqui ao longo do tempo, parece esperar os últimos momentos para o sprint final. Entrou junto na baixaria com os outros dois, coisa que afirmara que não faria. Enfim, são todos iguais. A luta pelo poder faz valer a máxima que as maiores mentiras são propagadas em tempo de guerra e em tempo de eleições. Atacam-se, inventam mentiras, produzem notícias falsas e continuam sem apresentar soluções para tirar Mato Grosso do estado em que se encontra, enquanto continuam fazendo promessas que se revelarão impossíveis de ser cumpridas.

Ao final de 4 anos voltarão e explicarão desavergonhadamente que a herança maldita os impediu de cumprir as promessas. Até a véspera das eleições seremos bombardeados por pesquisas que tentarão induzir o eleitor a manter ou mudar o seu voto.

A briga pelo senado continua em aberto. Embora mantenha uma folga tranquila em relação à luta travada no segundo pelotão, Jayme parece ter se estabilizado e batido no teto. A verdadeira guerra, segundo as pesquisas, está entre Procurador Mauro, Nilson Leitão, Selma Arruda, Adilton Sachetti, Carlos Fávaro e a ex-reitora da UFMT, Maria Lúcia Cavalli. A cada pesquisa divulgada, as posições de liderança do segundo lugar mudam. Nilson, abandonado por Taques, faz campanha solitária buscando o segundo voto; Selma, que deixou de lado as picuinhas partidárias, parte firme também para o segundo voto com uma campanha colada em Bolsonaro; Procurador Mauro continua uma incógnita: com forte presença na baixada cuiabana, tem cravada em si a marca do cavalo paraguaio: só tem largada. Sachetti, cuja campanha foi a que mais cresceu, espera que o apoio de Blairo o leve à segunda vaga, e Carlos Fávaro, último do segundo pelotão, mantem esperanças de crescer nos instantes finais. É, sem dúvida, a mais emocionante das disputas.

No cenário nacional, uma grande expectativa: como será o segundo turno? Há, ainda, os que acreditam em uma vitória de Bolsonaro já no dia 7 de outubro, embora o crescimento de Haddad com a transferência dos votos que seriam de Lula, tenham-no colocado na segunda posição muito acima dos demais. A eleição deixou de ser um momento em que o eleitor busca o candidato que o represente. Agora, sem chance para Ciro, Alckmin e Marina que poderiam representar o pensamento mais ao centro, temos uma guerra declarada entre extrema direita, representada por Bolsonaro, e extrema esquerda, por Haddad.

[featured_paragraph]Ciro, Alckmin, Marina e Meirelles partiram para o ataque duro aos dois, na esperança de poder derrubar um deles e ir para o segundo turno. Não está dando certo. O crescimento dos dois é consistente e não dá margem a imaginar que não será um deles o vencedor.[/featured_paragraph]

Uma avaliação que somente poderá ser feita após o resultado final é sobre a influência das redes sociais no processo eleitoral. Bolsonaro, com apenas 8 segundos e afastado mais de um mês da campanha, por um atentado covarde, mantém-se firme na liderança, enquanto Alckmin com mais de 40% do tempo de TV não consegue decolar.

Chegamos, pois, ao triste nós contra eles. Onde o “nós” e o “eles” depende de quem se coloca e em que lado está. Não há mais tempo de sonhar com nada. Apenas decidir. Ou elegeremos um presidente que representará toda a roubalheira, corrupção e políticas desastrosas implantadas no Brasil nos últimos 16 anos, com um candidato que recebe, semanalmente, as ordens de campanha, do presidiário condenado que se encontra atrás das grades, com chance de indultá-lo, se eleito, e levá-lo para perto si com poderes, de fato, de primeiro-ministro, relegando-se a um papel de figurante inexpressivo. Um poste. Ou elegeremos alguém que não tem na sua biografia nada que justifique ser presidente, com um discurso radical, sem apoio congressual e comandando com revólveres no coldre e metralhadora na mão. Diante desse quadro, cabe a você decidir se será o “nós” ou será o “eles”.

Triste Brasil!!!

*Ricarte de Freitas
Advogado, analista político e ex-parlamentar estadual e federal

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