Ednilson Aguiar/O Livre

Antena Assembleia Legislativa

Mesmo sem apoio suficiente para instalar a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar o escândalo dos grampos ilegais em Mato Grosso, o deputado estadual Zeca Viana (PDT) apresentou o requerimento em plenário. O documento conta com apenas cinco assinaturas, três a menos que o número mínimo necessário.

“Eu sei da dificuldade que nós estamos tendo aqui de fazer nosso papel de legítimo representante do povo, de fiscalizar o Executivo. Eu sei que a base do governo é contra a CPI. Nós estamos com cinco assinaturas, e nós vamos entregar hoje o requerimento e se acharem por bem, apoiem”, disse Viana.

Proposta pela deputada Janaina Riva (PMDB), vítima das interceptações ilegais, a CPI conta, além de Zeca Viana, com o apoio de Allan Kardec (PT), Valdir Barranco (PT) e Silvano Amaral (PMDB).

Enquanto não consegue emplacar a CPI, Janaina enviou ao Tribunal de Justiça uma relação com os telefones dos deputados para que o poder verifique se outros parlamentares também foram interceptados ilegalmente, durante a devassa que está fazendo nas decisões de escutas telefônicas em todas as comarcas.

Vítima das escutas ilegais por meio de uma tática conhecida como “barriga de aluguel”, ela teve o telefone incluído nos pedidos de quebra de sigilo de um processo que trata de tráfico de drogas.

Janaina também cobra que a Mesa Diretora convoque o promotor Mauro Zaque, autor das denúncias de grampos ilegais, para relatar o que sabe. “Não queremos passar por cima de ninguém, mas queremos ser defendidos como parlamentares”, disse.

Para Valdir Barranco, a presença de Zaque pode esclarecer diversos pontos. “Ele pode dizer a quem do governo levou informações, qual foi a reação deles. Ele tem interesse em vir à Assembleia esclarecer as coisas. O governo que não tem”, disse.

Grampos
O esquema de grampos ilegais veio à tona no dia 11 de maio, quando o secretário-chefe da Casa Civil, Paulo Taques, pediu exoneração do cargo. As denúncias afetam o governador Pedro Taques (PSDB) e foram feitas pelo promotor e ex-secretário de Segurança Pública (Sesp) Mauro Zaque, amigo do tucano há mais de 20 anos.

Zaque afirma ter avisado o governador Pedro Taques, por diversas vezes, sobre os grampos. O governador afirmou que denúncias verbais eram “fofoca” e que a documentação com a denúncia nunca chegou às suas mãos.

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