Depois da notícia da morte da bancária cuiabana Lilian Calixto, de 46 anos, após um procedimento estético malsucedido realizado no Rio de Janeiro no último sábado (14), a Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP) repudiou a atuação de médicos não especializados na área da plástica. A entidade fez um alerta sobre o caso.
Conforme nota divulgada a imprensa, a SBCP tem notado uma crescente ocorrência de médicos que não são especialistas em cirurgia plástica atuando na área de procedimentos estéticos. A instituição deixou claro que não pactua com a ação, que tem gerado cada vez mais casos de insucesso, que chegam a ser fatais, como o de Lilian.
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A Sociedade destacou a importância de se conhecer a formação do profissional, que precisa de, no mínimo, 11 anos de estudos para as intervenções. A instituição lembrou que informações de médicos credenciados estão disponíveis no site da entidade para consulta.
[featured_paragraph]“A formação do cirurgião plástico é diferenciada, uma vez uma vez que ele deve obrigatoriamente, após os 6 anos da graduação em medicina, passar pela formação de cirurgião geral (2 anos) antes de cumprir mais 3 anos em cirurgia plástica, somando no mínimo 11 anos de formação”, diz parte da nota. [/featured_paragraph]
Por fim, a SBCP ainda lembrou que não tem recomendado a aplicação do polimetil-metacrilato (PMMA) nas cirurgias – substância usada no procedimento de Lilian.
O caso
A bancária Lilian Calixto viajou de Cuiabá para o Rio na sexta-feira (13), para realizar o procedimento estético no sábado (14). No entanto, ela passou mal e foi encaminhada para uma unidade médica. Lá, teve piora no quadro clínico e morreu na madrugada de domingo (15), após quatro paradas cardíacas. A suspeita é de que ela tenha sofrido embolia pulmonar em razão do implante.
Atualmente, o médico responsável pelo procedimento, Denis Furtado, de 45 anos, e sua mãe, Maria de Fátima Furtado, que também é médica, são considerados foragidos da polícia. Eles tiveram o pedido de prisão preventiva decretado pela Justiça do Rio de Janeiro.
Confira abaixo a nota da SBCP na íntegra:
A Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP) lamenta por mais um óbito de paciente que realizou um procedimento estético com um não especialista. A bancária Lilian Calixto, 46 anos, morreu no último domingo, 15, após complicações de um tratamento realizado por um médico não especialista e em local inadequado. Além de não ter formação em cirurgia plástica, o médico realizou o procedimento em sua residência, o que é proibido.
A Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica repudia e reprova procedimentos médicos na área, realizados por não especialistas, e sobretudo nestes moldes. A crescente invasão da especialidade por não especialistas tem promovido cada vez mais casos de insucesso e fatais como este.
A SBCP disponibiliza em seu site, Facebook, e-mail ou telefone, uma consulta para saber se o médico é ou não credenciado pela Sociedade para realizar uma cirurgia plástica.
A formação do cirurgião plástico é diferenciada, uma vez uma vez que ele deve obrigatoriamente, após os 6 anos da graduação em medicina, passar pela formação de cirurgião geral (2 anos) antes de cumprir mais 3 anos em cirurgia plástica, somando no mínimo 11 anos de formação.
Além disso, a Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica tem alertado reiteradamente a população sobre os riscos dos procedimentos que envolvem PMMA. A SBCP aguarda por decisões judiciais que possam definitivamente impedir que profissionais médicos e não médicos sem especialização em cirurgia plástica realizem procedimentos sem qualificação.
Diretora Executiva
Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica