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Prontos-Socorros e UPAs têm remédios vencidos, falta de profissionais e superlotação

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Prontos-Socorros e UPAs têm remédios vencidos, falta de profissionais e superlotação
(Foto: Ednilson Aguiar/ O Livre)

Curativos sem serem trocados há mais de três dias, medicamentos vencidos ou sem identificação, materiais sem esterilização, além da falta de profissionais e superlotação foram algumas das irregularidades encontradas por uma equipe de fiscalização dos Conselhos Federal e Regional de Enfermagem (Cofen e Coren) em hospitais de Cuiabá, Várzea Grande e Sinop.

Entre os dias 28 de janeiro e 1º de fevereiro, a equipe de fiscalização passou pelas unidades. O relatório final, onde constam todas as irregularidades encontradas, foi divulgado nessa segunda-feira (4).

De acordo com os fiscais, a irregularidade mais presente nas unidades de saúde é quanto ao armazenamento de medicamentos vencidos. Ela foi apontada em 8 dos 17 hospitais vistoriados. Enquanto isso, no Hospital Regional de Sinop, o relatório apontou que faltam remédios.

[featured_paragraph]Para o presidente do Coren, Antônio Ribeiro, o resultado da fiscalização não apontou surpresas. “Os dados não nos surpreendem. O que vai ficar é o extremo compromisso de garantir os encaminhamentos dos processos para fazer valer esta semana de fiscalização”, avaliou.[/featured_paragraph]

Segundo ele, as cenas se repetem nas mais diferentes unidades médicas porque os gestores trabalham com “uma visão mercantilista da saúde”, procurando baratear o serviço, mas afastando os profissionais “do planejamento do cuidado, sua função primordial”.

Prontos-Socorros

Conforme o relatório, em um dos principais hospitais públicos de Mato Grosso, o Pronto Socorro Municipal de Cuiabá, os problemas encontrados foram: superlotação de pacientes, principalmente na sala de emergência, onde havia 80 pessoas, quando a capacidade é para 22; pacientes sem curativo há mais de três dias; medicações vencidas; falta de leitos; falta de enfermeiros; problemas no preenchimento de prontuários; falta de materiais e estrutura física precária.

No pronto-socorro de Várzea Grande, os problemas não são muito diferentes. Conforme o relatório, foram encontradas: medicações vencidas; soro sem identificação; materiais com esterilização vencida; falta de produtos para lavar as mãos; déficit de profissionais da limpeza e, consequentemente, condições precárias de higiene; pacientes internados no corredor, quando havia leitos vagos; vazamento de água; falta de roupa de cama; problema no preenchimento de prontuários; falta de controle do quadro de pessoal de enfermagem.

UPAs e Policlínicas em Cuiabá

Nas UPAs da Morada do Ouro e do Pascoal Ramos e Policlínicas do Planalto e do Verdão, a estrutura física precária, superlotação, goteira, medicação vencida, problema no registro de prontuário, estoque de medicação em locais inadequados, falta de material, falta de profissionais e uso inadequado do Equipamento de Proteção Individual (EPI) foram algumas das irregularidades identificadas.

No relatório também consta que foram encontrados casos, inclusive, de exercício ilegal da profissão de enfermagem.

Para ter acesso ao relatório completo, clique aqui.

Outro lado

Em nota, a Secretaria de Saúde de Cuiabá informou que vai apurar as irregularidades apontadas nos relatórios e que “serão tomadas todas as medidas necessárias para solucioná-las o quanto antes”.

Já o Governo do Estado, que faz a gerência do Hospital Regional de Sinop, informou que a unidade passou por uma intervenção, “que retomou o gerenciamento, a operacionalização e execução dos serviços de saúde da unidade hospitalar – anteriormente administrada pelo Instituto Gerir”. Assim, a equipe da SES tem atuado para sanar as irregularidades e “tomará as atitudes cabíveis para a solução dos pontos destacados pela fiscalização”.

“Dentre as medidas de curto prazo a serem adotadas em Sinop, está a realização de processo seletivo interno para contratação imediata de servidores, a organização de fluxos e processos de trabalho e a exigência do uso da carteira profissional e carimbo”, diz outro trecho da nota. A SES afirma, ainda, que problemas como a falta de medicamentos já foram solucionados.

A reportagem também tentou com a Prefeitura de Várzea Grande e ainda aguarda posicionamento.

Atualizada às 16h50

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