Após terem a prisão preventiva decretada, os três policiais do Batalhão de Operações Especiais (Bope) envolvidos na morte do tenente Carlos Henrique Paschiotto Scheifer foram presos neste sábado (16). Um deles, Lucélio Gomes Jacinto, se apresentou à Justiça na presença dos advogados de defesa.
Já os outros dois envolvidos, Werney Cavalcante Jovino e Joailton Lopes de Amorim foram presos e encaminhados ao 3º Batalhão de Polícia Militar e ao 1º Batalhão de Polícia Militar, respectivamente. Os militares devem passar por uma nova audiência na próxima quinta-feira (21), que decidirá pela revogação ou não da prisão.
A prisão preventiva dos acusados determinada pelo juiz da 11ª Vara Criminal de Cuiabá, Marcos Faleiros da Silva, levou em consideração a alta periculosidade dos militares, já que eles integram o batalhão de elite da Polícia Militar.
“Por terem praticado o delito, a traição e falsificarem procedimentos criminais para esconder seus atos ilícitos, tratam-se de pessoas de alta periculosidade e não podem ficar soltos, uma vez que poderão, durante a instrução criminal, destruir provas ou intimidar testemunhas que virão depor em juízo”, diz trecho da decisão.
O caso
Carlos Henrique Paschiotto Scheifer foi morto durante uma operação para prender suspeitos da prática de crimes na modalidade “novo cangaço”, em Matupá (695 km de Cuiabá). Segundo a denúncia do Ministério Público Estadual (MPE), os PMs seriam os responsáveis e teriam tentado camuflar a morte, fazendo parecer que o tenente teria sido morto por criminosos.
Scheifer foi atingido por um disparo frontal que o atingiu no abdômen, efetuado por um colega de farda, em um local que havia sido, no dia anterior, palco de confronto entre policiais e suspeitos de roubo.
No entanto, anteriormente à morte, Scheifer teria se desentendido com a equipe na hora de registrar um boletim de ocorrência sobre a morte de um dos suspeitos do roubo. A informação, colhida durante inquérito sobre a morte do tenente, é de que o cabo PM Lucélio queria falsificar os fatos que aconteceram naquele dia. Este teria sido o estopim para que o trio praticasse o crime contra o tenente.
