O PDT ameaça sair da aliança que sustenta a pré-candidatura de Mauro Mendes (DEM) ao governo de Mato Grosso e lançar Otaviano Pivetta (PDT) como concorrente dele. A nova chapa cogitada pela cúpula do partido teria o deputado federal Adilton Sachetti (PRB) como candidato a senador.
Com isso, Mauro Mendes perderia alguns dos principais entusiastas de sua candidatura. Pivetta é um dos seus grandes aliados e foi escolhido pré-candidato a vice-governador na chapa idealizada por Mendes.
A possibilidade de debandada foi debatida em reuniões na quinta e sexta-feira (12 e 13). Além dos dois possíveis candidatos, participaram da discussão o presidente do PDT, o deputado estadual Zeca Viana, e Moisés Sachetti, irmão de Adilton. Pivetta e Sachetti devem apresentar a possibilidade para Mauro Mendes em reunião ainda nesta sexta.
“O que nos motivou a pensar em montar uma nova chapa foi a situação do Adilton. Vamos fazer de tudo para ele ser candidato a senador. É possível, inclusive, o PDT se desvincular do Mauro e concorrer ao governo com Pivetta como candidato”, explicou Zeca Viana ao LIVRE.
Sachetti quer ser candidato a senador nas eleições deste ano, mas foi preterido por Mendes, que escolheu o ex-vice-governador Carlos Fávaro (PSD) como segundo candidato a senador da sua chapa. A primeira vaga já está prometida para o ex-senador Jayme Campos (DEM).
Zeca Viana chegou a sugerir que Sachetti saísse candidato a senador em uma chapa avulsa. “Adilton disse que isso é inviável para ele. Por isso, o PDT pode ir junto com ele a montar uma nova coligação”, informou.
Sachetti é o único pré-candidato que recebeu apoio do ministro da Agricultura, Blairo Maggi (PP), à candidatura. Apesar de afirmar que não vai participar da articulação nem debater a formação da chapa, Maggi sinalizou que deve cacifar a pretensão de Sachetti de disputar o Senado. “Todos os candidatos a governador que vão montar suas chapas conhecem a relação que tenho com Adilton. Se eles quiserem levar isso em conta, está bem”, disse.
Oposição a Taques
A atitude do PDT, porém, não se resume à pressão para garantir espaço para Sachetti. Zeca citou, também, o incômodo com o fato de haver diversos aliados do governador Pedro Taques (PSDB) na composição. Zeca, que foi um dos principais apoiadores de Taques quando ele iniciou sua carreira, rompeu com o governador logo no início do governo, em 2015, e hoje é o mais entusiasmado opositor do tucano na Assembleia Legislativa.
“Os deputados do PSD e boa parte do DEM são Pedro Taques”, observou. “Então nos perguntamos o que estamos fazendo ali no meio deles. Se tivermos que ir para o embate, estamos preparados. Teremos nossa candidatura, com uma oposição leve”, completou.
O PDT já havia lançado Pivetta como pré-candidato a governador em abril deste ano. À época, a intenção era marcar posição contra Pedro Taques, pois Mendes ainda não havia decidido se seria candidato neste ano. Com a decisão de Mendes de disputar as eleições, o PDT recuou e Pivetta passou a compor a aliança como pré-candidato a vice-governador.