Esta é a pergunta que define as relações pessoais nos dias de hoje. Não é o que você gosta, qual time você torce, qual livro te emociona ou o que te inspira na vida. O seu trabalho e, por consequência, o cargo que você ocupa definem quem você é na nossa sociedade.

Penso nisso agora que meu filho está decidindo qual profissão vai seguir no futuro.

Uma fase difícil. Como, aos 15, 16 anos, alguém está pronto para dizer, com certeza, o que gostaria de fazer para o resto da vida?

Eu sou suspeita.

Escolhi o que queria, entrei no mercado, me decepcionei. Fui embora, experimentei outras coisas, aprendi, amadureci.

Voltei e descobri que o que queria fazer foi o que tinha me inspirado lá no começo: escrever.

Mas tive que errar e tentar outros caminhos para não chegar no futuro e ver que tinha feito a escolha errada.

Adolescente, nunca pensei na minha profissão mirando o cargo que iria ocupar, o título que teria ao me apresentar para os outros. (Claro que, uma vez dentro do mercado, as pessoas vão te empurrando para pensar na carreira, ter ambição e, quando você menos espera, já está pensando nisso também).

Hoje, a pressão é maior. E o mundo ficou esquisito: as pessoas não perguntam mais para os jovens o que os faz felizes ou qual talento querem desenvolver nas décadas que têm pela frente.

Não, não fazemos isso. Perguntamos: como vai ganhar dinheiro? Como vai ser bem-sucedido? Começamos pelo fim da história e não pelo começo.

Sim, porque o sucesso é uma consequência. Quem faz o que gosta, com amor e dedicação, uma hora colherá os frutos daquele esforço. O reconhecimento virá, eventualmente.

Gastamos tempo demais pensando no que soa bem e tempo de menos experimentando o que pode ser a vocação do indivíduo. Um jovem pode ser capaz de resolver centenas de problemas de Matemática, mas pode não saber a questão mais simples: o que vai te fazer levantar da cama?

Não falo de sentimentos, falo de desafios. O que te move?

Não estou dizendo que não devemos ser práticos e objetivos, mas acho que devemos atender a um chamado interno e não somente a uma profissão. Buscar tal chamado é frustrante e, por vezes, angustiante. Mas é a única saída.

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