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Nove fotógrafos de MT são selecionados para exposição no Museu Nacional do DF

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Nove fotógrafos de MT são selecionados para exposição no Museu Nacional do DF
Foto de José Medeiros já premiada em concurso internacional da Leica

Nove fotógrafos da cidade vão participar da 7ª edição do Festival Mês da Fotografia, que ocorre em Brasília, no Museu Nacional da República entre os dias 2 e 30 de agosto. A Convocatória para a V Exposição Coletiva dos Fotógrafos do Centro-Oeste saiu nesta quarta-feira (04).

Adia Borges, Ahmad Jarrah, Amaury Santos, Antonio Siqueira, Amaury Santos, Jonas Barros, José Cunto Neto, José Medeiros, Mayke Toscano e Rodolfo Luiz tiveram suas obras selecionadas pela curadoria do festival. Eles enviaram à submissão do juri, imagens pautadas pelo tema “Água, Reflexões sobre o amanhã”. Outros trabalhos de fotógrafos e artistas visuais, profissionais e amadores, de Goiás, Mato Grosso do Sul e Distrito Federal também integram a coletiva.

O fotógrafo Ahmad Jarrah participa pela primeira vez. A foto selecionada foi produzida em um assentamento rural em Várzea Grande. Ela registra a rotina de uma comunidade ao tempo em que amargava a dificuldade do acesso à agua potável.

“Eles tinham que percorrrer uma longa distância para baldear água de um rio. Mas agora, graças a um projeto do engenheiro agrônomo, Samir Curi reconhecido pela WWF – não precisam mais. Ele desenvolveu um sistema de aproveitamento da água das chuvas”, explica o documentarista. Ahmad registra esse processo.

A foto integra uma série, publicada no site de fotografia e vídeo-documental, A Lente, o qual é um dos idealizadores. [Clicando aqui você confera a fotorreportagem na íntegra] 

Adia Borges, também participa pela primeira vez da convocatória. O cenário da foto escolhida foi “montado” no quintal de casa mesmo. “O tema me agrada muito, porquê exercito isso de fazer minha parte na preservação de recursos naturais. Faço coleta seletiva, reutilizo materiais recicláveis, fora a preocupação com a água que a gente tenta usar da maneira mais consciente o possível.

A foto foi feita no meu quintal enquanto eu lavava roupa. Foi com a minha ‘musa inspiradora’, minha filha Maria. O meu filho José foi quem deu o título da foto. Todo mundo acabou se engajando, a gente usa essas situações para educar também”, se diverte.

Já o fotógrafo José Medeiros submeteu à apreciação dos curadores, uma foto que registra um menino ikpeng revelando destreza em uma bicicleta na água. Medeiros já participou de várias edições desde a criação do festival, em 2012. Seguindo a temática, diz que optou por fazer um tributo aos guardiões da floresta. A cultura indígena é tema recorrente de seus trabalhos e ganhou uma série especial, a “Já fui floresta”. Esta mesma foto foi premiada no Concurso Fotográfico Leica e integrou a exposição Brazilian Photojournalists, em Nova Iorque.

José Medeiros é um ativista em prol do fortalecimento das artes visuais mato-grossenses, especialmente na área da fotografia. Ele é um dos idealizadores da Maratona Fotográfica, evento que visa estimular a produção fotográfica de profissionais e amadores que atuam em Mato Grosso.

A convite do festival, exibe alguns de seus trabalhos em mostras paralelas da programação, participa de debates e de intervenções em Brasília. Uma delas, relembra o assassinato do índio pataxó, Galdino Jeusus dos Santos, queimado vivo enquanto dormia em um ponto de ônibus da cidade.

De acordo com a assessoria do evento, a edição deste ano teve 205 inscrições. Entre os critérios adotados para a análise e seleção das imagens pela comissão julgadora estão a proposta artística, estética e conceitual dos trabalhos e o diálogo com o tema da Exposição Coletiva.

Newton Scheufler, professor, artista visual e membro integrante da equipe curadora, ressalta um dos itens que teve destaque na avaliação das obras. “O conceito pesou bastante. Qual era o conceito, qual era a narrativa que o artista estava tentando desenvolver? Tentamos fazer uma mostra que contemplasse vários temas tradicionais, e nem tanto, da fotografia, como a paisagem, a foto abstrata, a foto jornalística, o elemento humano. Para a seleção como um todo é interessante que você tenha uma variedade de temas. É uma mostra que tenta capturar uma parte da produção fotográfica do Centro-Oeste”, diz.

Daniel Mira, fotógrafo profissional há mais de vinte anos, e também integrante da comissão julgadora, elogiou a diversidade das abordagens nas imagens inscritas para a mostra coletiva. “Dentro do tema água vieram muitas visões diferentes, o que foi rico sobre os pontos de vista desta questão. Conseguimos ter uma perspectiva de trabalhos com grau de maturidade alto”, disse.

Mira também destacou que, pelo fato de não existir nenhuma identificação pelos jurados dos autores das obras, o resultado dos selecionados mostrou-se diversificado em vários aspectos. “Direcionou-se as escolhas pela pertinência do assunto, da construção estética e por aí vai. O resultado final teve essa variedade”, acrescenta.

Em sete edições, a Exposição Coletiva dos Fotógrafos do Centro-Oeste já exibiu mais de 400 obras fotográficas nas galerias do Museu Nacional da República DF. Visando a difusão das artes visuais na região centro-oeste do Brasil e a interação de artistas, o Festival Mês da Fotografia leva ao público a arte como instrumento de reflexão, acesso cidadão à cultura, inclusão social, circulação de bens culturais e a sensibilização e formação de novos públicos para as artes.

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