O Conselho Regional de Medicina de Mato Grosso (CRM-MT) instaurou nessa terça-feira (8) um processo ético-profissional contra a médica Letícia Bortolini, acusada de atropelar e matar o verdureiro Francisco Lúcio Maia, de 48 anos, em abril do ano passado. Na data do acidente, ela fugiu do local sem prestar socorro e o homem morreu.
A abertura do procedimento de investigação contra a médica foi provocada pela filha de Francisco, que fez a solicitação ao CRM-MT.
Na sessão de votação, na Quinta Câmara do Tribunal Regional de Ética Médica, os conselheiros manifestaram que, ao não socorrer a vítima, a médica infringiu o Código de Ética da profissão, que especifica, em seu artigo 1º, que é proibido “causar dano ao paciente, por ação ou omissão, caracterizável como imperícia, imprudência ou negligência”.
A equipe considerou ainda que Letícia Bortolini não apenas se “omitiu”, como também havia o agravante de dirigir sob o efeito de álcool.
Os conselheiros, porém, decidiram arquivar o procedimento contra o senhor Aritony de Alencar Menezes, marido de Letícia. Ele também é médico e estava no carro quando o crime aconteceu.
Com a nova investigação, que não tem prazo para ser finalizada, Letícia poderá, inclusive, perder a licença para trabalhar em Mato Grosso e ainda ter o diploma cassado.
Além do processo no CRM, a médica também responde na Justiça pelos crimes de homicídio doloso (quando há a intenção de matar), omissão de socorro, se afastar do local do sinistro para fugir da responsabilidade e de conduzir embriagada.
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