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Livro resgata a história dos primeiros anos de Cuiabá sob o domínio da coroa portuguesa

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Livro resgata a história dos primeiros anos de Cuiabá sob o domínio da coroa portuguesa

Em celebração aos 300 anos da capital, a Editora Entrelinhas traz de volta às livrarias, a obra “O poder metropolitano em Cuiabá (1727-1752)”, do historiador Otávio Canavarros. Esta é uma importante fonte de pesquisa para as novas gerações de estudantes e pesquisadores. Dá para adquirir exemplares também, pelo site da Entrelinhas.

Há 10 anos com edição esgotada – a primeira foi realizada pela Editora da UFMT (2004) –, agora o livro ganha uma nova e primorosa edição, ilustrada com detalhes de antigos mapas espanhóis, portugueses, holandeses, e inglês, alguns inéditos na divulgação de estudos e da produção acadêmica atual. O lançamento integra também, a celebração dos 25 anos da Editora Entrelinhas.

O autor destaca como objetos principais de investigação a questão da conquista e ocupação das imensas porções de terra que hoje constituem o Centro Oeste do Brasil. Conquista em sentido duplo, arrancadas dos súditos de Castela e de numerosos povos indígenas.

“Para tal, tivemos que trabalhar com alguns conceitos e recortes cronológicos, dentre os quais, os de ‘poder metropolitano’ e ‘extremo oeste’, configuramos como os mais importantes”, explica.

O conceito de poder metropolitano, por exemplo, significa no contexto, o próprio Portugal, simbólica e efetivamente, como coroa, súditos e representantes diversos com as instituições respectivas.

“Poderíamos dizer, em outras palavras, que se tratava da projeção do poder real, num regime caracterizado como absolutista, nos quadros do Antigo Regime. Quanto aos recortes referidos acima, privilegiamos os anos de 1727 e 1752, como balizas cronológicas maiores da narrativa, referentes às fundações das vilas de Cuiabá e Vila Bela da Santíssima Trindade”.

A tese só foi possível a partir de um significativo trabalho de prospecção e transcrição de documentos manuscritos e microfilmados, procedentes do Arquivo Histórico Ultramarino de Lisboa. Foram mais de duzentos e cinquenta deles, de difícil e morosa leitura. A tese apresentou fundamentos arquivísticos inéditos.

Como realça a texto de apresentação da editora, nos cursos de graduação e pós-graduação o livro tem sido utilizado como suporte didático. O conteúdo do livro foi defendido como tese acadêmica na USP.

Responsável pelo texto de apresentação do livro, a historiadora, Maria de Fátima Costa, avalia que o principal objetivo do autor é o de demonstrar que a estruturação do poder metropolitano na Vila Real do Senhor Bom Jesus do Cuiabá fez parte da estratégia do governo lusitano, no sentido de assegurar a posse das terras conquistadas aos espanhóis, a Oeste da linha de Tordesilhas.

“Para tanto, e de forma clara e bastante contundente, o autor vai buscar a política desenvolvida pela Coroa Portuguesa a partir do ilustrado reinado de João V, demonstrando, com passos seguros e densa documentação, como se deu o desenvolvimento dessa política, no sentido de assegurar os novos territórios que então se conquistavam. É nesse contexto que explica a criação da Capitania de Mato Grosso e Cuiabá e a fundação, no Vale do Guaporé, de Vila Bela da Santíssima Trindade, na qualidade de vila-capital; feitos fundamentais do estado lusitano para consolidar a posse desse espaço interior, como efetivamente se verá em 1750 nos termos do Tratado de Madri e depois, em 1777, no Tratado Preliminar de Santo Ildefonso”, reforça ela.

(Com assessoria)

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