O relator da Operação Lava-Jato no Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4), o desembargador João Pedro Gebran Neto, homologou nesta sexta-feira (22) a delação premiada Antonio Palocci, ex-ministro que comandava a pasta da Fazenda durante a era Lula e foi chefe da Casa Civil durante o governo de Dilma Rousseff.
Os termos do acordo firmado com a PF e agora homologados pela Justiça ainda estão sob sigilo, mas a expectativa é que a delação atinja membros do PT, entre eles o próprio ex-presidente Lula preso em abril.
Na delação, Palocci citaria episódios desabonadores envolvendo tanto o ex-presidente Lula quanto a ex-Dilma e detalharia pagamentos de propina ao PT envolvendo empreiteiras investigadas no escândalo da Petrobras.
Ainda na delação, o ex-ministro teria narrado pelo menos uma conversa entre ele e Lula no Planalto na qual teria tratado do esquema envolvendo a construção de sondas para exploração de petróleo. O objetivo da negociação, feita na presença de Dilma, seria levantar dinheiro para bancar a eleição da ex-presidente, em 2010.
Palocci havia sem sucesso fechar um acordo de colaboração com a força-tarefa da Lava-Jato em Curitiba, mas acabou firmando um acordo pontual com a Polícia Federal, sem o envolvimento de autoridades com foro privilegiado. O acordo foi homologado dois dias após o Supremo Tribunal Federal (STF) liberar a PF para firmar delações.
Por nota, o Partido dos Trabalhadores (PT) defendeu Lula e declarou que Palocci “rendeu-se às chantagens da Lava-Jato” e faz “falsas acusações” contra Lula para receber benefícios.