O juiz Geraldo Fidélis, da 2ª Vara Criminal de Cuiabá, vai testemunhar na próxima quinta-feira (14) contra seu ex-assessor Pitágoras Pinto de Arruda, denunciado em maio de 2018 por apropriação de dinheiro público, em razão do cargo, para proveito próprio. Segundo o Ministério Público do Estado (MPE), ele cometeu o crime 10 vezes.
Conforme a movimentação do processo, divulgada no Diário de Justiça Eletrônico (DJE) dessa segunda-feira (11), a audiência de instrução e julgamento estava marcada para o dia 21 de março. No entanto, Fidélis não poderia participar nessa data. Assim, a sessão foi adiantada e deverá acontecer às 13h30 do dia 14. Fidélis foi quem descobriu o esquema do ex-funcionário e denunciou à polícia.
Pitágoras foi preso no âmbito da Operação Regressus, da Gerência de Combate ao Crime Organizado (GCCO), no dia 24 de abril de 2018. No entanto, foi solto pela 7ª Vara Criminal cerca de 40 dias depois, sendo impedido de manter contato com qualquer servidor, estagiário, assessor ou juiz do gabinete e da secretaria da 2ª Vara Criminal de Cuiabá.
Conforme a denúncia, Pitágoras é apontado como “pivô” em um esquema de falsificação de documentos na 2ª Vara – o mesmo do qual teria participado Marcelo da Rocha, o “VIP”, conhecido como o maior estelionatário do país. Marcelo Vip foi preso na mesma Operação, Regressus. Conforme as investigações, ele cobrava R$ 15 mil para falsificar documentos com o objetivo de obter progressão de pena.
Pitágoras também é acusado de desviar quase R$ 26 mil do Poder Judiciário, repassando o montante para uma conta de sua mãe. O valor era referente ao pagamento de exames psiquiátricos que custavam R$ 2 mil. No entanto, segundo as investigações, o ex-assessor jurídico cobrava R$ 6 mil, ou seja, três vezes mais. Ele confessou os crimes em depoimento à Justiça.
