O governo de Mato Grosso tem débitos que ultrapassam os R$ 290 milhões com os municípios do estado. O dinheiro é referente a pagamentos da saúde, transporte escolar, Fundo Estadual de Transporte e Habitação (Fethab) e do Fundo Estadual de Desenvolvimento Social (Funeds). O levantamento do valor da dívida foi feito pela Associação Mato-grossense dos Municípios – AMM, que já entrou com ações judiciais contra para a quitação de pendências financeiras.

“Em que pese o governador Pedro Taques ter afirmado recentemente que os repasses da Saúde de 2018 estão em dia, na verdade o Estado deve aos municípios 173,9 milhões, referentes a 2016, 2017 e 2018”, diz trecho de nota encaminhada pela assessoria de imprensa da AMM a jornalistas.

“Cabe ressaltar que os valores de janeiro, fevereiro e março deste ano ainda não foram repassados. Do montante em atraso, R$ 99,4 milhões são referentes à média e alta complexidade e R$ 74,5 milhões relativos à atenção básica”, prosseguiu a nota.

No ano passado a instituição protocolou ação judicial contra a Secretaria de Estado de Saúde para assegurar, de imediato, o repasse. A ação destacou que a Secretaria vem reiteradamente atrasando as transferências aos Fundos Municipais de Saúde.

O atendimento na área da Educação, segundo a AMM, tambémfoi afetado pela inconstância das transferências estaduais. Repasses atrasados do transporte escolar para os municípios contabilizam R$ 23,1 milhões, referentes a três parcelas pendentes, sendo uma do ano passado e duas de 2018.

“Os atrasos para a manutenção desse serviço também preocupam os gestores, que reivindicam, ainda, o reajuste do repasse. A atualização dos valores já foi debatida em várias ocasiões entre a AMM e a Secretaria de Estado de Educação, considerando que o valor atual ainda é considerado insuficiente pelos prefeitos, que chegam a pagar quase o dobro pelo serviço”, diz trecho da nota.

Levantamento realizado pela AMM mostrou que 70% dos alunos transportados pelas prefeituras são oriundos da rede estadual e que todos os municípios possuem rotas exclusivas do estado. Ainda assim, no último ano as prefeituras gastaram quase R$ 40 milhões para o custeio do transporte de alunos da rede estadual.

A AMM também cobra do Governo do Estado o pagamento de R$ 24,1 milhões do Fethab que deveria ter sido pagos às prefeituras no início de 2018. O valor é referente à diferença do que foi repassado pelo Estado entre 2016 e 2017.

“O Decreto Nº 441 de 07 de março de 2016 estabeleceu que a partir do exercício fiscal de 2016, ficaria garantido, no mínimo, o mesmo valor do repasse do Fundo efetuado no exercício imediatamente anterior aos municípios, para a execução das políticas estaduais de habitação, saneamento e infraestrutura urbana. Sendo assim, em 2017 o repasse não poderia ter sido menor que no ano anterior, mas foi exatamente o que ocorreu”, segue a nota.

O repasse do Fethab de 2016 foi de aproximadamente R$ 229 milhões, enquanto que em 2017 a transferência do Fundo totalizou cerca de R$ 205 milhões, gerando a diferença que os municípios esperam receber.

As prefeituras ainda têm para receber do Estado R$ 72 milhões correspondentes à receita que deixou de ser arrecadada durante a vigência do Fundo Estadual de Desenvolvimento Social – Funeds, constituído com a receita de impostos estaduais.  A AMM acionou o Estado na Justiça em 2017 para garantir o repasse aos municípios. O Governo do Estado contestou e a AMM apresentou a impugnação à contestação.

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