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Fotógrafo cuiabano recria cenas clássicas de brasileiras que “voaram alto”

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Fotógrafo cuiabano recria cenas clássicas de brasileiras que “voaram alto”
Clarice Lispector é uma das personalidades homenageada pelo artista Rafael Monteiro

O fotógrafo Rafael Monteiro abre a exposição Feminino Desvanecido, nesta sexta-feira (8), às 19h, na entrada principal do piso G2, do Shopping Estação Cuiabá. As fotos revelam releituras de mulheres brasileiras que desafiaram o seu tempo. Além de apreciar as imagens, os espectadores acabam saindo de lá com informações sobre a história destas mulheres.

Isso acontece porque a produção das fotos preza não só pela reverência, mas também em resgatar cenas clássicas ou situações dramáticas que elas tenham vivenciado. Clarice Lispector, a exemplo, aparece em um cenário com fogo, para remeter ao fatídico incêndio que acabou culminando em sua morte. Ela queimou o próprio quarto por acidente.

Personalidade que defendia de maneira contumaz a participação ativa da mulher na sociedade e na política, Patrícia Galvão, a Pagu, é retratada na exposição, dentro de uma cela. No verso da imagem atual e colorida, haverá um texto com a biografia de cada uma das retratadas e uma foto original a título de comparação.

Foto original de Pagu, que é exibida no verso da releitura de Rafael Monteiro

Na exposição Feminino Desvanecido outras mulheres notáveis, como Chiquinha Gonzaga, Maysa Matarazzo e Elis Regina, também são representadas pela atriz e modelo, Gabriella Di Grecco, que evidentemente, incorporou a personalidade delas.

“Cuidamos da produção juntos e ela, além de ser fotografada, ficou responsável pelo figurino e maquiagem. Ela é bastante versátil e tem muito destas mulheres que investiram intensamente em suas profissões”, diz ele.

A propósito, o processo de produção de todo o trabalho foi bastante apurado. Foram dois meses de pesquisa e pré-produção e outros dez dias, para as sessões de fotografia. A da Carmem Miranda, a exemplo, levou três etapas.

“Fizemos a reprodução em estúdio, depois tentamos pegar o pôr do sol no Mirante de Chapada, mas com a chuva, tivemos que esperar um tempo até que eu conseguisse registrar o ideal para dar mais dramaticidade à imagem. Eu não costumo usar edição nas minhas fotos, faço apenas, tratamento de imagem, mas esse projeto, em especial, exigiu. Então, fomos bem a fundo”, explica.

E ressalta ainda, que as mulheres escolhidas para esta homenagem, “apesar das críticas, das pressões sociais, foram capazes de romper com o paradigma tradicional de que as mulheres somente poderiam ser felizes e realizadas no papel exclusivo de mães e esposas”.

O trabalho de Rafael Monteiro e Gabriella Di Grecco estabelece uma interlocução entre o passado e o presente. O presente, o feminino, é ambientado pelas cores e pela caracterização.

“E desvanecido, no sentido figurado de ‘orgulhar’, porque as histórias de vida assim retratadas, nos revelam que as mulheres podem desempenhar vários papéis, voar alto para atingir os seus sonhos”.

Segundo Rafael, o projeto foi produzido em 2011, mas estava “na gaveta”. Enfim, agora, poderá ser conferido pelo público. “Foi realizada a pesquisa para retratar mulheres brasileiras que são lembradas até hoje por sua postura e participação política e/ou artística”.

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