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“Tem dramaticidade”, diz Cláudio Feijó sobre série botânica do fotógrafo Fred Gustavos

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“Tem dramaticidade”, diz Cláudio Feijó sobre série botânica do fotógrafo Fred Gustavos

A busca pela luz natural para evidenciar diversificados contornos da flora, resultou na primeira exposição individual do fotógrafo Fred Gustavos. A curadoria da veterana Mari Gemma de La Cruz, por sua vez, combinou mais de dez obras inéditas que revelam uma linha tênue entre fotografia e demais artes visuais. “Flora et Lumen” surge em momento de guinada da carreira do jovem cuiabano que se destacou nacionalmente como finalista da 2ª temporada do reality show Arte na Fotografia.

A série fine-art foi lançada no dia 4 de outubro na Casa do Parque e deve começar a circular o país em breve. “Estamos em processo de negociação com outras cidades e Flora et Lumen deve entrar em circulação já no próximo mês”, revela Fred Gustavos.

Como um processo de catalogação, em “Flora et Lumen” Fred Gustavos dá à luz as formas de espécies botânicas nas fotografias em preto e branco, a partir do exercício sensível de contemplação. Resultado sobre o qual o mentor da fotografia contemporânea brasileira Cláudio Feijó não poupou reflexões. 

“Um trabalho que mostra que há graça na forma, não só na cor. É reapresentar a leitura de um objeto, não só arte pela arte. É um cantar as flores de outras formas, em movimentos totalmente sonoros e musicais, como ouvir uma música clássica. Tem a dramaticidade”, pontuou.

Cláudio Feijó (Foto: Camilla Kinker)

Feijó, junto a Éder Chiodetto, foi responsável por orientar Fred e um time de mais cinco jovens fotógrafos durante a experiência que encorajou o cuiabano a se lançar como artista. Ele destacou em “Flora et Lumen” uma corajosa linguagem experimental, já notada em Fred ao longo de todo programa Arte na Fotografia, veiculado pelo canal Arte 1.

“O interessante é que a fotografia pode ser uma reprodução de formas bidimensionais, mas é bonito esse tratamento e elegia que o Fred faz dessas plantas. Um trabalho singelo, que até me espanta porque é um material diferente do que eu conhecia dele, um material mais agressivo e provocador. Esse me parece que traz um momento de, ao contrário, colocar a natureza em um plano quase onírico. Ele não trouxe o fácil das flores, mas a delicadeza. Trouxe o olhar e admirar a flor pela segunda vez, de forma que não se perceberia a olho nú”, ressaltou.

Foto: Manoel Vieira

Fred Gustavos é artista visual e fotógrafo, nascido em Cuiabá (MT), em 1987. Há pouco mais de um ano se dedicando exclusivamente à fotografia, além dos projetos autorais, ele desenvolve trabalhos de divulgação e cobertura de projetos culturais, especialmente na área das artes cênicas.

Formado em Administração pela Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), deparou-se com a fotografia como demanda, trabalhando no ramo de Arquitetura e Decoração. Ademais, já se identificava com as artes plásticas; pintava com nanquim e buscou na fotografia “outra forma de desenhar”.

Sua grande descoberta foi o gênero autorretrato, conduzido pela fotógrafa Jacqueline Hoofendy (RJ). No currículo, exposições coletivas no Festival Internacional Paraty em Foco, Museu de Imagem e Som de São Paulo (MIS/SP), Museu de Arte e Cultura Popular (MACP/UFMT), Galeria Artô, Sesc Mato Grosso e duas menções honrosas no concurso Maratona Fotográfica.

“O trabalho do Fred me marcou pela experimentação. Ele sai do lugar comum com uma criatividade ímpar. Nos remete a situações surpreendentes e acho que o papel da fotografia é esse, o de tirar o espectador do lugar. E isso ele faz com muita qualidade”, complementa Cláudio Feijó, que considera o cuiabano uma projeção na cena da fotografia brasileira.

(Com assessoria)

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