Os estudantes da UFMT Campus Cuiabá aprovaram a continuidade da “greve estudantil” que já dura 43 dias, contra o aumento do valor das refeições no Restaurante Universitário. A decisão foi tirada de Assembleia Geral, realizada no Ginásio na noite dessa quarta-feira (20), com a presença de 670 estudantes credenciados.
De acordo com o “Comando de Greve Estudantil”, a greve não vai acabar porque o objetivo é que a reitoria assine um Termo de Compromisso, garantindo a universalidade do RU a R$ 1 até o fim dos quatro anos da atual gestão, titulada por portaria em dezembro de 2017. A reitoria, por sua vez, havia suspendido o reajuste até dezembro de 2018.
A posição dos estudantes contrapõe a última decisão do Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão (Consepe/UFMT) que revogou a suspensão do calendário e encaminhou a retomada das aulas na próxima segunda-feira (25).
Na reunião desta instância – que conta com representação proporcional da reitoria, docentes, discentes e técnicos administrativos – também foi encaminhada a discussão dos novos calendários no prazo de 15 dias e sua apresentação em nova reunião no dia 9 de julho.
Na ocasião, a reitora Myrian Serra, justificou a decisão por, segundo ela, haver um “clamor social” por parte de pais e estudantes pelo retorno às aulas.
O Comando de Greve Estudantil do Campus Cuiabá, no entanto, alegou “golpe” e afirmou que as deliberações são feitas em instâncias representativas dos estudantes, uma vez que a greve é estudantil, aprovada em assembleia-geral da categoria.
“Os estudantes começaram a greve e os estudantes é que colocarão fim à greve e não a reitora. Até porque há quatro meses estamos tentando negociar para podermos voltar às aulas com nossos direitos garantidos. Ela desrespeita a democracia de forma autoritária. Não aceitamos”, afirmaram, em nota.
Na última assembleia, os estudantes também encaminharam uma nota pública do Diretório Central dos Estudantes contra a “criminalização do movimento estudantil”, que vem recebendo sucessivas notificações da Justiça Estadual, de reintegração de posse dos prédios ocupados pelo movimento grevista, e a recomposição do Comando de Greve nos cursos que escolherão um novo representante.
Além disso, eles querem que a comissão do Conselho Universitário (Consuni), tirada para discutir alternativas a política de alimentação inicialmente proposta, seja avaliada e subordinada por uma instância do movimento estudantil.
Aprovaram também uma “jornada de lutas” em defesa do caráter público da universidade e contra a PEC 95, que segundo eles congela o orçamento público para educação e outras áreas sociais.