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Cresce a perseguição aos cristãos no mundo

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Cresce a perseguição aos cristãos no mundo
(Foto:Ednilson Aguiar/ O Livre)

Uma verdade inconveniente: a perseguição a cristãos na História sempre foi uma realidade e nunca cessou, além de estar aumentando.

Muito se fala de perseguições religiosas e preconceitos relativos a outros grupos que não os cristãos. No Brasil, por exemplo, toda vez que se fala em um cristão perseguido ou discriminado, imediatamente puxam-se cartas batidas como a Santa Inquisição, a colonização e supostos genocídios no Novo Mundo, a “aculturação” de indígenas e aborígenes e coisas do gênero.

Ao mesmo tempo, nem uma palavra sobre as guerras de conquista empreendidas pelo Islão ao longo da História ou ao jihadismo atual manifesto pelos atentados terroristas islâmicos, por exemplo, ou à escravização de cristãos pelos mesmos mouros ou pelos vikings então pagãos, ou à perseguição hodierna em países árabes e por aí vai.

O único preconceito religioso admissível no mundo moderno politicamente correto é contra cristãos. G. K. Chesterton dizia já no século passado: “o que o mundo hoje espera de um católico é que ele respeite todas as religiões, exceto a sua própria”. Creio que essa frase se estenda a todos os cristãos atualmente.

Pois bem, a Open Doors USA, uma missão não-denominacional, entidade de caridade, auxílio e beneficência, vai contra a maré e computa a perseguição aos diversos grupos cristãos pelo mundo com o mote “Servindo aos Cristãos Perseguidos”, e sua constatação de dados é aterradora: a cada dia cresce o número de cristãos perseguidos pelo mundo.

Em 2018 a perseguição contra os cristãos aumentou seja em intensidade, seja em número de países em que ocorre, seja em número de cristãos atingidos. Vamos aos dados: Em 2017 um cristão em 12 sofria de níveis elevados de perseguição; em 2018 um em nove. Ao todo, cerca de 245 milhões de pessoas dentre as que se pode computar, pois certamente há inúmeros casos não registrados.

Nos 150 países monitorados, o número de cristãos mortos saiu de 1.027 em 2016, para 3.066 em 2017, para 4.136 em 2018. A perseguição em 2018 é considerada elevada, muito elevada ou extrema em 73 países, enquanto em 2017 em 58 países. Quanto aos danos materiais, em 2017 as igrejas e edifícios religiosos atacados, destruídos ou gravemente danificados eram 793, em 2018 foram 1.847.

Os níveis de perseguição mais graves são divididos em “elevado” (10 países), “muito elevado” (29 países) ou “extremo” (11 países). Pelo 17º ano seguido, liderando os casos extremos vem a ditadura comunista da Coréia do Norte, onde até mesmo possuir uma Bíblia é ilegal e de 50 mil a 70 mil cristãos são mantidos em campo de trabalho forçado, em maior parte por terem sido surpreendidos pelo regime a rezar ou a ler textos sacros.

Além da Coréia do Norte, Afeganistão, Somália, Líbia, Paquistão, Sudão, Eritréia, Iêmen, Irã, Índia e Síria completam o ranking do outros dez países que mais perseguem cristãos. Entre as “novidades” do ranking está a Rússia, em 41º lugar, o que segundo a Open Doors USA se dá pela intensificação da violência por parte de grupos islâmicos em regiões do Cáucaso e nas repúblicas do Daguestão e Chechênia – onde têm sido mortos fiéis e atacadas igrejas.

A condição dos cristãos no mundo piorou muito também na África Magrebina, norte do continente, sobretudo na Líbia e Argélia em virtude do endurecimento do Islão radical nas áreas rurais. Mas também na Ásia a situação se complicou: é a pior em uma década na China (27º), Laos (19º) e Vietnam (20º).

Chama atenção o caso da Índia (9º), por conta do nacionalismo hindu, assim como no Nepal (32º); já no Butão (33º) e Myanmar (18º) a causa é o nacionalismo religioso budista.

Assim como no passado, a principal causa de perseguição aos cristãos se dá pelo Islão, estando com oito países entre os 11 primeiros cujas perseguições são extremas, e com 17 países em 29 com perseguições muito elevadas. Ao total, são 32 países cujos muçulmanos são os responsáveis pela perda de liberdade religiosa dos cristãos, e não apenas países de maioria islâmica, como o caso da Nigéria.

Na Nigéria (12º) cerca de metade da população é agarena, e dos 4.136 cristãos mortos em 2018, 3.731 são nigerianos, sobretudo vítimas do jihadismo islâmico do Boko Haram. O mesmo tipo de perseguição se dá na república Centro-Africana (21º) e Quênia (40º), em que em 15 de janeiro o grupo jihadista islâmico Sahaab atacou um grande prédio em Nairóbi deixando inúmeros reféns mortos.

Certo ainda que entre os cristãos, são as mulheres as que mais sofrem de uma perseguição complexa, violenta e muitas vezes às escondidas, sendo vítimas de algozes da própria família pertencentes a outros credos.

Assim é que ainda que no Ocidente a palavra de ordem para definir perseguição religiosa se restrinja à “islamofobia”, e mais especificamente no Brasil às religiões de matriz africana, fato inegável que a perseguição aos cristãos nunca cessou na História, e parece estar longe de cessar com o recrudescimento das relações inter-religiosas e intolerância para com os Fiéis de Cristo.

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* Fernando Henrique Leitão é advogado e membro do Instituto Caminho da Liberdade – ICL-MT (fhcleitao@hotmail.com) 

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