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Contaminação desarmamentista

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Contaminação desarmamentista

O Professor John Lott, um dos maiores especialistas do mundo sobre esse assunto, detalha em seu livro Preconceito Contra As Armas de forma detalhada e inequívoca, como as pessoas foram levadas a acreditar em políticas restritivas para posse e porte de armas como solução ou atenuação para criminalidade violenta. De forma sistemática a grande imprensa, instituições e formadores de opinião, durante décadas, fizeram que a sociedade acreditasse, em maior ou menor grau, que o grande problema era a existência das armas.

O imbróglio é que muitas vezes ela é tão profunda e arraigada que nem o próprio contaminado percebe que sofre essa infecção ideológica, chegando muitas vezes a acreditar que aquele pensamento ou ideia é fruto único e exclusivo de sua mente e que assim, não raramente, defende uma tese fazendo exatamente o oposto. Querem um exemplo? Eu digo que apoio o fim do desarmamento, que sou favorável ao direito de defesa do cidadão, mas vejo como boa ideia exigir que cada possuidor de armas a mantenha em um cofre, trancada e se possível sem munição, para evitar que pessoas não autorizadas ou crianças tenham acesso a elas. Oras, uma arma sem munição ou trancada em um cofre, simplesmente não se presta à defesa! Não passa de um pedaço de metal inerte e inútil!

Quando sobra calor e falta luz nas discussões erros assim são comuns, rotineiros e quase sempre passam despercebidos, ou pior ainda, viram leis. O que pensa o leitor sobre misturar armas e bebida? Caos! Tiroteios! Mortes! Certo? Errado! Era exatamente isso que um articulista pró-desarmamento americano imaginou quando se falou em liberar o porte de armas em bares em um dos 50 estados americanos. Dois anos depois ele voltou ao computador e escreveu um artigo cujo título era: e nada aconteceu. Depois disso, vários outros estados liberaram também sem ocorrências graves. Imagine falar isso no Brasil? Por isso é importante sair da caixinha, engolir aquilo que você acha, estudar e, se for o caso, mudar de posicionamento. Eu mesmo não escapei dessa contaminação e no passado repeti alguns lugares comuns que hoje abomino. Não há qualquer demérito nisso, muito pelo contrário!

Não podemos ignorar que todos nós fomos bombardeados por “verdades”, “estudos” e “pesquisas” que “comprovavam” as vantagens do desarmamento durante pelo menos duas décadas. Sim, tudo entre aspas mesmo. Estudos e pesquisas que apontavam na direção contrária também existem, mas quando são publicadas em peso nos grandes jornais? Nunca! E temos toda uma geração de políticos e autoridades que se formaram acreditando piamente na imprensa, sem se preocuparem em buscar fontes primárias ou alternativas. “Está em todos os grandes jornais, é óbvio que é verdade!”, ouvi de um juiz, coisa de 10 anos atrás… Some isso ao fato que armas deixaram de ser corriqueiras nas casas e… voilà!

Verdade dolorida é que hoje, muitos daqueles que são contra o desarmamento também são favoráveis à severas restrições. Impossível não reconhecer o duplipensar, conceito criado por George Orwell em seu estupendo livro 1984, onde uma pessoa é capaz de conviver pacificamente com duas crenças mutualmente contraditórias sem sequer entender a contradição. Ou efetuamos uma descontaminação ou a questão das armas tratada como meia-liberdade será o nosso “socialismo e liberdade”.

Bene Barbosa é especialista em segurança, escritor, presidente do Movimento Viva Brasil, palestrante, autor do best-seller Mentiram Para Mim Sobre o Desarmamento e instrutor convidado do Curso Básico de Armamento e Tiro do Projeto Policial.

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