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Com quase R$ 5 mil e cartão em nome de idosa, homem inocentado por morte de policial é preso

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Com quase R$ 5 mil e cartão em nome de idosa, homem inocentado por morte de policial é preso
Foto: TVCA

O comerciante Carlos Alberto Oliveira Júnior, de 33 anos, que foi inocentado pela morte de um policial militar em uma emboscada no Bairro CPA 3, foi detido na noite dessa quinta-feira (30) ao ser abordado por policiais militares e prestar “informações desencontradas”. Com ele foi localizado um cartão em nome de uma idosa e R$ 4,9 mil, dentro de uma mochila. A prisão aconteceu na Rua 2 do bairro Bela Vista, em Cuiabá.

Carlos Alberto foi abordado em uma rua que, conforme os militares, estava parcialmente escura. Com uma mochila nas costas, ele teria tentado se livrar dela quando avistou a Polícia Militar, o que chamou a atenção e foi considerada uma “atitude suspeita”.

A polícia relatou que, durante busca pessoal, nada de ilícito foi encontrado. No entanto, dentro da mochila, foram localizados R$ 4,9 mil, enrolado em um elástico amarelo, e uma carteira na qual estavam os documentos pessoais do comerciante e dois cartões de crédito.

[featured_paragraph]Chamou a atenção da polícia o fato de que ambos os cartões estavam em nome de Maria Viana Mendes, uma idosa de 71 anos, conforme a checagem do Centro Integrado de Operações em Segurança Pública (Ciosp).[/featured_paragraph]

Inicialmente, os militares questionaram Carlos Alberto quanto a origem dos cartões e dinheiro. Primeiro, ele teria dito que parte do valor seria de sua professora, outra parte de seu salário e, depois, ainda disse que outra parte seria de uma amiga, que pediu que ele fizesse um saque para depois fazer um depósito no banco Santander.

Os militares, então, perguntaram a ele sobre o motivo de não ter feito o depósito. Ele prontamente respondeu que seria devido ao encerramento do horário bancário.

À polícia, Carlos Alberto passou um número de telefone que seria da proprietária dos cartões. Ao telefonar, porém, os militares ouviram outra pessoa, que não conhecia o suspeito. O Ciosp também ligou para o número informado e, mais uma vez, a mulher que atendeu disse não conhecer Carlos. A pessoa também se recusou a se identificar.

Em razão das informações desencontradas, Carlos Alberto foi conduzido para a Central de Flagrantes. Já na delegacia, porém, a equipe foi informada pelo Ciosp que uma senhora, se identificando como Maria Viana Mendes, telefonou garantindo conhecer o suspeito e informando que deu os cartões para que ele pagasse boletos.

Carlos Alberto, então, foi liberado pela polícia, já na presença de um advogado.

Crime do CPA 3

No boletim de ocorrência, a polícia registrou que Carlos Alberto havia retirado uma tornozeleira eletrônica havia pouco tempo. Isso porque ele era réu em uma ação, movida pelo Ministério Público do Estado (MPE), na qual foi acusado de homicídio, tentativa de homicídio e porte ilegal de arma.

Foto: Reprodução – André Luis Alves de Oliveira (detalhe) moreu em confronto com a PM

O caso vinculado ao nome do comerciante ficou conhecido como o “Caso do CPA 3”, ocorrido em agosto de 2016. Na ocasião, dois investigadores do setor de inteligência da PM caíram em uma emboscada ao irem até o estabelecimento de Carlos Alberto.

Conforme as informações da polícia, os policiais queriam fazer o flagrante de venda ilegal de arma, pela qual o irmão do comerciante era investigado. No dia, foram à paisana. Tanto o irmão de Carlos Alberto, quanto o policial militar Élcio Ramos, de 29 anos, morreram.

Carlos Alberto foi acusado pelo MPE de ter segurado o policial Élcio para que seu irmão pudesse atirar. No dia do crime, o então secretário de Estado de Segurança Pública (Sesp), Rogers Jarbas, esteve no local.

No dia 27 de junho de 2018 o comerciante foi inocentado pelo Tribunal do Júri.

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