O deputado federal Carlos Bezerra (MDB) classificou como “nefasto” o movimento que surgiu no Congresso Nacional nesta quarta-feira (11) para mudança do nome parlamentar, em homenagem a aqueles que consideram personalidades nacionais. “Isso desacredita os políticos do Brasil. Eu não vou botar nome de ninguém, o nome que tem que estar lá é o meu. Meu nome e meu partido. Isso é sofisma e eu sou contra”.
O movimento começou quando deputados e senadores do PT pediram para Câmara e Senado incluírem o sobrenome “Lula” em seus nomes parlamentares, numa referência ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, preso em Curitiba (PR) após condenação em segunda instância por crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro.
O deputado federal pelo PT de Mato Grosso, Ságuas Moraes, declarou que ainda não protocolou o pedido, mas não descartou a possibilidade. “Estou aguardando uma decisão sobre o impasse burocrático que surgiu na Casa com os pedidos, mas provavelmente vou solicitar a mudança em defesa do legado do presidente Lula, condenado sem provas”.
Após a solicitação do PT, parlamentares contrários ao partido protocolaram ofícios solicitando a inclusão de nomes como “Moro”, em homenagem ao juiz Sérgio Moro, que determinou a prisão de Lula. O senador por Mato Grosso, José Medeiros (PODE), por exemplo, requereu que seu nome nas atividades parlamentares passe a ser “José Moro Medeiros”.
Já o deputado Victório Galli (PSL) disse não ter acreditado que os parlamentares do PT realmente fariam o pedido e ironizou o movimento. “Achei que era brincadeira, mas se é verdade vou pedir para mudar o meu também. Vou colocar Victório Moro Bolsonaro Galli”, brincou, numa alusão ao juiz e ao deputado federal Jair Bolsonaro (PSL).
Para Ságuas a manifestação contrária ao pedido dos parlamentares petistas pode acabar barrando a mudança dos nomes. “Todo mundo fazendo pode impedir que aconteça. O presidente da Câmara pode alegar algum impedimento legal”.