Mato Grosso

André D’Lucca: “As pessoas acham que sou um escravo à venda”

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André D’Lucca: “As pessoas acham que sou um escravo à venda”

“Silval Barbosa me ofereceu R$ 300 mil e eu não aceitei”. A declaração é do ator André D’Lucca e, segundo ele, o motivo da oferta foi calar a personagem “Almerinda”, pelo menos no que diz respeito às críticas que ela fazia ao então governador de Mato Grosso.

D’Lucca falou sobre o assunto no dia 18 de fevereiro, bem antes de ser internado, no início de março, por conta de um quadro de desnutrição, causado pela depressão. A entrevista foi concedida ao site PNB Online e teve trecho reproduzido na manhã desta terça-feira (12) pela Rádio Capital FM.

Na oportunidade, o ator falou sobre a decisão de “dar um tempo, fazer um silêncio estratégico” e dos ataques que sempre sofreu devido ao fato de Almerinda ter como pauta, principalmente, acontecimentos da política mato-grossense.

“Sempre tentam me comprar. As pessoas acham que eu sou um escravo à venda”, disse D’Lucca, pontuando que, além de Silval, o ex-presidente da Assembleia Legislativa, José Riva, teria tentado contratá-lo.

A proposta de Riva, segundo D’Lucca, foi diferente. Teria ocorrido em 2014, quando o hoje ex-deputado tentou disputar o Governo do Estado. Na época, a candidatura de Riva foi impugnada e ele acabou substituído por Janete, sua esposa. No mesmo ano, a deputada estadual Janaina Riva foi eleita para seu primeiro mandato.

“Ele me propôs um valor altíssimo para eu fazer a campanha dos três. Era um pacote. E eu recusei”, disse D’Lucca.

Sobre a suposta oferta de Silval, o ator disse que ela foi feita em um momento em que ele passava por dificuldade financeira. “Era só isso: só eu parar de falar dele”, disse, repetindo que não aceitou o pagamento.

“Se eu tivesse ido receber os R$ 300 mil que o Silval me ofereceu, óbvio que ele ia me filmar tentando guardar na minha mochila os R$ 300 mil. E que moral eu teria para falar de política, se eu seria tão corrupto quanto todos eles? Eu só posso fazer o que eu faço hoje em dia porque eu nunca aceitei um real de político nenhum”, reiterou.

A crise

A entrevista de D’Lucca foi concedida após a divulgação de um vídeo em que Almerinda fazia críticas à Câmara de Cuiabá. Vídeo este que teria contribuído para o aumento na quantidade de ataques que o ator sofria, principalmente, nas redes sociais.

D’Lucca disse que “fake news” passaram a circular contra ele e que, paralelamente a isso, o vereador Renivaldo Nascimento (PSDB) fez um duro discurso em sessão da Câmara de Cuiabá.  “Ele falou durante quatro minutos de mim na tribuna. De uma forma muito pejorativa (…), me ofendeu de todas as formas possíveis. Pediu que a Mesa Diretora tomasse uma atitude. Queria me calar de qualquer forma”.

Depois do episódio, D’Lucca disse que começou a receber informações vindas da sociedade sobre Renivaldo e passou a gravar vídeos direcionados a ele. “Sobre questões pessoais dele, do gabinete dele”, explicou o ator, completando que “imediatamente, ele propõe um acordo de me deixar em paz e ainda me propôs ir no gabinete. Ele queria me patrocinar”, afirmou.

Outro lado

A reportagem do LIVRE tentou contato com a defesa do ex-governador Silval Barbosa, que atualmente cumpre prisão domiciliar, mas não obteve retorno.

Já o vereador Renivaldo Nascimento negou qualquer contato com André D’Lucca e disse que o embate com ele é “um assunto encerrado”. “Eu não tenho problema nenhum com ele, inclusive admiro o artista, fui em diversas peças dele. Aliás, me solidarizo com a pessoa, que está passando por toda essa situação”, disse o parlamentar.

A assessoria do ex-deputado José Riva também não confirmou se houve proposta para que André D’Lucca trabalhasse na campanha eleitoral de 2014.

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