Colunas & Blogs

Artigo: a vitória da esperança sobre o medo

5 minutos de leitura
Artigo: a vitória da esperança sobre o medo
(Foto: Wilson Dias/Agência Brasil)

A grande farsa lulopetista foi, enfim, desmontada. Da prisão em Curitiba, onde cumpre pena, Lula e seus asseclas – sim, asseclas – tentaram de todas as maneiras, usando a estrutura de poder amealhada ao longo dos últimos 13 anos, para fazer o diabo – expressão utilizada por Dilma Rousseff para justificar como não perder eleições. O PT acreditava que iria tirá-lo da cadeia e conduzi-lo novamente à presidência da república, disseminado que eleições sem Lula eram fraude.

[featured_paragraph]Como não obtiveram êxito, o candidato escolhido a vice, Fernando Haddad, foi o poste colocado para substitui-lo completando a chapa com Manuela D’Ávila, anticristã de carteirinha que chegou a comungar em uma missão, no dia de Nossa Senhora Aparecida, para passar a falsa imagem de uma formação cristã que nunca teve e sempre combateu.[/featured_paragraph]

Lula semanalmente recebia, em romaria, a tropa de elite que disseminava sua estratégia eleitoral, sonhando que seria indultado – e isso foi prometido formalmente não só por Haddad mas também pelas principais lideranças do PT – o que lhe daria a oportunidade de tornar-se o presidente de fato, continuando a executar o projeto de poder imposto à sociedade, fincado na prepotência, no autoritarismo e na esperança de transformar o Brasil em uma ditadura nos moldes de Cuba e da Venezuela.

Com uma vitória avassaladora no primeiro turno, Bolsonaro obrigou a tropa petista a buscar uma última estratégia, para formar uma Frente Democrática, liderada por Ciro e FHC, para dar uma imagem falsa de luta pela liberdade contra a ditadura. Era o capítulo final de um partido autoritário que nunca admitiu oposição, por ser o dono da verdade e colocar-se sempre acima do bem e do mal e que acreditava que dezenas de milhões de eleitores só votaram em Bolsonaro porque, incautos, foram enganados de forma fraudulenta pelas redes sociais.

Jamais foram capazes de fazer um “mea culpa” reconhecendo terem sido os principais responsáveis pela brutal crise moral, política e econômica que impuseram ao país.

A última pesquisa de Percepção da Crise, feita pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) em 2017 mostra o desencanto do brasileiro com a política, deixando claro que o avanço social dos últimos anos não era duradouro, era baseado em políticas que ignoraram a degradação da situação fiscal do país. A melhoria social não foi acompanhada de mudanças econômicas para uma sustentação de longo prazo. Ou seja, prometeu-se o paraíso enquanto se gastava por meio da corrupção e inépcia administrativa, criando um Estado incapaz de prover os serviços básicos na amplitude alardeada.

Foi descaradamente vergonhosa a ação de grupos de comunicação como Rede Globo e Folha de São Paulo. Sabedores de que não serão mais regiamente abastecidos pelo dinheiro público que hoje os privilegia de forma despudorada. Foi grotesca a linha editorial dos mesmos na reta final. Reportagens como a da Folha de São Paulo sobre o caixa 2 da campanha de Bolsonaro impulsionando fake news sem apresentar uma prova sequer daquilo que afirmava. Quem assistiu ao Jornal Nacional de ontem à noite, ao retratar as campanhas dos dois candidatos na última semana, por certo sentiu-se constrangido pelo exemplo descarado de mau jornalismo.

A grande mobilização jamais vista foi feita voluntariamente por um povo que começou a ir às ruas em 2013 e culminou com adesão maciça após a terrível facada que atingiu a todos os brasileiros. Ali começou a derrota definitiva. Transformou a eleição naquilo que o PT sempre foi mestre em criar: a luta plebiscitaria do nós contra eles, onde o eles viu a grande chance de mudança. Provaram, assim, do próprio veneno.

Bolsonaro não é, com certeza, pela sua história política, o modelo de líder capaz de reconduzir o Brasil aos trilhos do desenvolvimento, mas com certeza não é pior do que Lula, Dilma e Collor, que um dia tiveram neles depositadas todas as suas esperanças. Tem a chance, agora, de provar que é capaz de vestir esse figurino e transformar-se no grande condutor da mudança, da renovação e da esperança de ser capaz de iniciar o processo de reconstrução de dias melhores.

A guerra não terminou. Reinicia-se com a formação do novo governo. O PT, ferido quase de morte, ainda com a maior bancada de deputados eleitos, tentará capitanear a oposição e tentar desestruturar e apear Bolsonaro da presidência. Tentarão alvejar todas proposta de reformas necessárias que já deverão ser encaminhadas ao Congresso no início da legislatura. Caberá a ele tornar-se não o vencedor do pleito, mas um líder capaz de mostrar à sociedade que veio, realmente, para unir o país e buscar, com apoio da sociedade, as transformações que tanto sonhamos.

A vitória foi incontestável! Com 11 milhões de votos de diferença não há, em nenhuma hipótese, espaço para qualquer discussão sobre o resultado. Encerra-se uma era. Começa um novo Brasil. O povo nas ruas comemora e solta o grito preso na garganta, como há muito não se via neste país.

Bolsonaro, democraticamente, realiza a alternância de poder e inebria toda uma nação que a partir de agora tem uma razão forte para sonhar com novos tempos. Pelo que mostraram as urnas, ao PT caberá o papel de reconstruir a sua própria história. Sai duramente ferido e precisará, para fazer uma dura e difícil auto crítica, reconhecer erros que nunca foi capaz de admitir. Caso contrário será definitivamente varrido do cenário político brasileiro.

A vitória de Bolsonaro nos dá, principalmente, a certeza de Lula continuará preso, de que a Lava Jato seguirá seu rumo e que o Brasil pode agora, de verdade, sonhar com dias melhores que certamente virão. Nada pode ser pior do que temos vivido.

*Advogado, analista político e ex-parlamentar estadual e federal

Use este espaço apenas para a comunicação de erros




Como você se sentiu com essa matéria?
Indignado
0
Indignado
Indiferente
0
Indiferente
Feliz
0
Feliz
Surpreso
0
Surpreso
Triste
0
Triste
Inspirado
0
Inspirado

Principais Manchetes